Vanilce Fiel

sábado, 13 de março de 2010

Filosofia e Cinema - Tema: "Gravidez na Adolescência"

SINOPSE DO FILME DE ANIMAÇÃO VIDA MARIA
Maria José é levada a largar os estudos para trabalhar. Enquanto trabalha, ela cresce, casa, tem filhos, envelhece. Ao final, o início de um novo ciclo que vai reproduzir o seu passado no futuro de sua filha.

Dados da Unesco e do Ministério da Saúde mostram que a gravidez precoce e as dificuldades dela decorrentes já respondem pela terceira causa de óbitos entre as mulheres jovens do Brasil, perdendo apenas para homicídios e acidentes de transporte. E mais: dados preliminares da Unesco mostram que 25% das meninas entre 15 e 17 anos que deixam a escola o fazem por causa da gravidez, mostrando que a maternidade antecipada já é a principal causa de evasão escolar de meninas nesta faixa etária. Segundo a Unesco, das meninas de 15 a 17 que não estudam, 31% residem no Nordeste. No país, 71% moram no interior e 12% nas periferias..
Somente entre 2001 e 2003, nasceram no país 82.834 bebês cujas mães têm entre 10 e 14 anos. Outros dois milhões são filhos de jovens entre 15 e 19.
A gravidez realmente está se tornando um grande problema na educação. Se 25% das meninas de 15 a 17 anos grávidas deixam a escola, isso significa dizer que 254 mil páram anualmente de estudar. E 2%, ou seja, outras 20 mil, abandonam os estudos para casar — afirma Miriam Abramovay, professora da Universidade Católica de Brasília, vice-coordenadora do Observatório Violência nas Escolas-Brasil e uma das coordenadoras da pesquisa “Juventudes Brasileiras”, da Unesco.
No Norte e no Nordeste é onde nasce o maior percentual de bebês de mães com idades entre 10 e 14 anos. Em números absolutos, o Nordeste é a região mais fértil: são mais de 10.200 bebês que nascem a cada ano de mães meninas. E os números não mudam muito de um ano para outro..
Habituada a lidar com um público muito jovem, Suely faz um alerta:
Normalmente, as adolescentes jogam os filhos para os avós criarem e tentam trabalhar para sustentá-los. Muitas deixam a escola e nunca mais voltam. E a reincindência na gravidez é grande. Temos uma geração de pais inexperientes e confusos, cujos filhos podem se transformar em adultos sem referências.
Em Pernambuco, em 2003, nasceram mais de 1.500 bebês de mães com idade entre 10 e 14 anos. Outros 226.102 foram gerados por jovens entre 15 e 19 anos, segundo o Ministério da Saúde. Já os dados da Unesco indicam que, em quatro capitais, o percentual de meninas que dizem ter conhecimento de colegas grávidas varia de 54,2 a 76,3%.
Em Recife, 36,9% das alunas menores de 18 anos já ficaram grávidas pelo menos uma vez. E em Fortaleza e Cuiabá, a quantidade de meninas das escolas públicas que já ficaram grávidas varia entre 33,3% e 22,2%.


EVASÃO ESCOLAR: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS.

A evasão escolar ocorre quando o aluno deixa de frequentar a aula, caracterizando o abandono da escola durante o ano letivo.
No Brasil, a evasão escolar é um grande desafio para as escolas, pais e para o sistema educacional. Segundo dados do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira), de 100 alunos que ingressam na escola na 1ª série, apenas 5 concluem o ensino fundamental, ou seja, apenas 5 terminam a 8ª série (IBGE, 2007).
Em 2007, 4,8% dos alunos matriculados no Ensino Fundamental (1ª a 8ª séries/1º ao 9º ano) abandonaram a escola. Embora o índice pareça pequeno, corresponde a quase um milhão e meio de alunos. No mesmo ano, 13,2% dos alunos que cursavam o Ensino Médio abandonaram a escola, o que corresponde a pouco mais de um milhão de alunos. Muitos desses alunos retornarão à escola, mas em uma incômoda condição de defasagem idade/série, o que pode causar conflitos e possivelmente nova evasão.
As causas da evasão escolar são variadas. Condições socioeconômicas, culturais, geográficas ou mesmo questões referentes aos encaminhamentos didáticos – pedagógicos e a baixa qualidade do ensino das escolas podem ser apontadas como causas possíveis para a evasão escolar no Brasil.
Os motivos para o abandono da escola
Dentre os motivos alegados pelos pais ou responsáveis para a evasão dos alunos, são mais frequentes nos anos iniciais do ensino fundamental (1ª a 4ª séries/1º ao 9º ano) os seguintes: Escola distante de casa, falta de transporte escolar, não ter adulto que leve até a escola, falta de interesse e ainda doenças/dificuldades dos alunos.
Ajudar os pais em casa ou no trabalho, necessidade de trabalhar, falta de interesse e proibição dos pais de ir à escola são motivos mais frequentes alegados pelos pais a partir dos anos finais do ensino fundamental (5ª a 8ª séries) e pelos próprios alunos no Ensino Médio. Cabe lembrar que, segundo a legislação brasileira, o ensino fundamental é obrigatório para as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, sendo responsabilidade das famílias e do Estado garantir a eles uma educação integral.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB9394/96) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), um número elevado de faltas sem justificativa e a evasão escolar ferem os direitos das crianças e dos adolescentes. Nesse sentido, cabe a instituição escolar valer-se de todos os recursos dos quais disponha para garantir a permanência dos alunos na escola. Prevê ainda a legislação que esgotados os recursos da escola, a mesma deve informar o Conselho Tutelar do Município sobre os casos de faltas
excessivas não justificadas e de evasão escolar, para que o Conselho tome as medidas cabíveis.

Fontes:
BRASIL, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. Sinopse Estatística da Educação Básica 2007. Acesso em 14 set. 2009. Disponível em:
BRASIL. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República.
BRASIL, O Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº. 8069, de 13 de julho de 1990.